Ave com anilha identificadora do Reino Unido é encontrada morta no litoral de SP
29/10/2024
Animal encontrado morto em Peruíbe (SP) carregava uma anilha com a identificação do Reino Unido. Pardela-sombria foi encontrada morta, com anilha na perna, em Peruíbe (SP)
Sérgio Farrabrás
Uma pardela-sombria (Puffinus puffinus), com uma anilha na perna, foi encontrada morta em Peruíbe, no litoral de São Paulo. Ao g1, um biólogo explicou que o animal também é conhecido por 'bobo-pequeno' e ganhou a argola identificadora no Reino Unido.
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O aposentado Sérgio Farrabrás, de 60 anos, foi o responsável pelas imagens do animal registradas na Praia de Peruíbe. Com as fotos em mãos, ele contatou o biólogo e guia de observação de aves Fábio Barata, que tem experiência de 16 anos na área e identificou a espécie.
"Sempre que posso, ando pelas praias de Peruíbe 'passarinhando'. Nessa época do ano aparecem aves migratórias no litoral do sudeste, então neste dia me deparei com a uma ave, já morta, que eu sabia ser migratória, só não sabia qual espécie era", afirmou Sérgio.
Ao receber as imagens, registradas no dia 21 de outubro, Fábio notou a anilha. Ao g1, ele contou ter preenchido uma ficha com informações sobre a ave, em um site dedicado à identificação, e descoberto que ela foi "marcada" por um museu em Londres. Depois disso, tomou a iniciativa de procurar o local para mais detalhes.
"Percebi imediatamente a presença de uma anilha. Avisei a ele [Sérgio] e, em seguida, entrei em contato com o pessoal do [Instituto] Biopesca. Também contatei o órgão responsável pelo 'anilhamento' no Reino Unido, de quem ainda estamos aguardando informações", explicou Fábio.
Ave foi encontrada morta em Peruíbe (SP)
Sérgio Farrabrás
Anilha de monitoramento
Segundo Fábio, as anilhas são de grande importância para monitorar as rotas migratórias, longevidade, comportamento e outras informações sobre a ave. A identificação encontrada em Peruíbe indica que o animal, pelo menos, passou pelo Reino Unido.
Cada argola tem um um código único que identifica a ave individualmente para facilitar o rastreamento ao longo do tempo. O procedimento costuma ser feito por biólogos ou pesquisadores, em parceria com órgãos de conservação, para monitorar a vida selvagem.
"Graças à anilha, sabemos que essa ave foi marcada no Reino Unido; sem ela, jamais poderíamos descobrir onde nasceu ou quais locais frequenta durante sua migração", afirmou o biólogo. "Em breve vão nos enviar os dados da ave, nome do pesquisador, que ano foi anilhada e qual foi o projeto".
O g1 entrou em contato com o Instituto Biopesca, mas não obteve retorno até a última atualização da reportagem.
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